sábado, 12 de dezembro de 2015

Ascensão da Burguesia

A Vida nas Cidades

    Os habitantes das cidades, eram conhecidos como burguesia, em razão de viverem sob a proteção de muros fortificados que circundavam o espaço urbano, denominados forisburgos. 
    Banqueiros, mascates, artesãos e grandes comerciantes criaram associações, as comunas, que representavam formas de ação antagônicas daquelas que norteavam o clero e a nobreza. Muitas comunas, sob o comando de ricos comerciantes, procuraram obter sua liberdade de organização. Por meio da compra de cartas de franquia ou mesmo de lutas e rebeliões, os burgueses conseguiam administrar suas cidades e restringir (às vezes, até impedir) a interferência dos nobres. O poder político das cidades era exercido pela participação dos cidadãos em assembleias, com poder de deliberar e de eleger os ocupantes dos principais cargos administrativos.
    Muitos reis europeus apoiaram os movimentos comunais. Apesar das perigosas ideias de igualdade e participação política que circulavam e eram postas em prática nas cidades, estas constituíam-se em potenciais aliadas para o fortalecimento do poder monárquico. Mas a oposição ente a nobreza e a rica burguesia mercantil começou a ser enfraquecida pelo contato social. Em algumas regiões, sobretudo na Península Itálica, nobres participavam de empreendimentos comerciais e atividades bancárias e transferiam sua residência para as florescentes cidades. De outra parte, comerciantes enfraquecidos desejavam ingressar nas fileiras da nobreza e desfrutar do prestígio e dos privilégios sociais da aristocracia senhorial. O casamento tornava-se a via de acesso possível. Famílias nobres em dificuldades financeiras permitiam o matrimônio de seus membros com plebeus ricos.

Ascensão da Burguesia

    Mais significativa era a ascensão da burguesia pela compra de propriedades senhoriais e títulos  de nobreza. Sinal máximo de prestígio social, a terra continuava a ser o bem mais valioso dessa sociedade. Transcorridos alguns séculos, parte desses domínios e títulos de nobreza (barão, duque, conde, etc.) passaram a ser comprados por burgueses. Uma maior mobilidade social acompanhava as transformações sociais decorrentes da intensificação das atividades mercantis e da afirmação da mentalidade burguesa, então em curso. Mas seriam necessários ainda alguns séculos para que a burguesia assumisse o controle da sociedade europeia e impusesse a sua máxima: "tempo é dinheiro".
    As cidades tornaram-se também centros de intensa produção intelectual. As atividades urbanas requeriam novas habilidades e conhecimentos dos homens medievais. Ler, escrever e calcular eram indispensáveis à prática do comércio.
    Uma alteração da sensibilidade artística começou a pronunciar-se no século XIII, com a valorização da cultura clássica (greco-romana), do racionalismo e do espírito crítico, ameaçando o controle da igreja. O desenvolvimento da nova cultura correspondia às necessidades da burguesia de se afirmar no interior de uma sociedade dominada pelo cultura clerical.
Desde cedo, ricos comerciantes, denominados mecenas, patrocinaram os artistas humanistas. Além do prestígio político que adquiriram no interior das cidades, esses comerciantes contribuíram para a formação de um movimento cultural alternativo ao clerical, conhecido por Renascimento, que atingiu o apogeu nos séculos XV e XVI.

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