Tu jogaste tuas caravelas ao mar,
Tentando enfim buscar, o mundo perdido...
E foste pelos confins do mundo navegar,
Com sua marinha de marujos banidos...
Não sabias o que irias encontrar,
Mas buscava seu atalho para as Índias...
Atravessando noites sem luar,
Temendo quimeras, até chegar o dia...
Tu bem que uma hora quis desistir,
Mas tua alma dizia “não desista”
Algo além do oceano pode existir,
Até que alguém gritou “terra à vista”
E em minha orla enxergaste algo divino,
Uma natureza rica e de beleza esmera...
Então pensaste ter descoberto, eu imagino,
E assim se proclamou o dono da terra...
E condenaste a nossa nudez,
Envergonhaste-se de nossos corpos desnudos...
Mas deliciava-se com o tom de nossa tez,
E apreciava nossos seios maduros...
De nossas crenças e danças até ria,
Querendo impor sua natureza cristã...
Catequizando-nos dia a dia,
Querendo matar ao nosso Deus Tupã...
E enquanto pilhava nossas riquezas,
Faziam questão de nos educar...
Tirando-nos a verdadeira certeza,
A de que Deus está em todo lugar...
Expulsando-me aos poucos de meu lar,
E dizimando-me com sua praga fatal...
Enriquecendo-se com minha riqueza sem par!
Engordando cada vez mais o Rei de Portugal...
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